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Rio rural apoia produtores com prática sustentável

Rio de Janeiro 09/03/2015

Técnicos do programa ajudam no combate a parasitoses do gado leiteiro

Na microbacia Coroas, em Valença, na Região do Médio Paraíba, pecuaristas apoiados pelo programa Rio Rural, da Secretaria de Agricultura, estão sendo beneficiados com um trabalho inovador de sanidade do rebanho leiteiro. O tratamento com homeopatia está permitindo a pequenos criadores substituir o uso de medicamentos e produtos químicos no combate às verrugas (papilomatose) e carrapatos. Esta demanda surgiu a partir da frustração dos produtores com a ineficácia dos tratamentos convencionais, que podem causar riscos à saúde humana e ao meio ambiente.

O grupo é fornecedor da Cooperativa de Produtores de Leite de Valença, que contratou a veterinária Mônica Florião para fazer o controle leiteiro. A profissional desenvolve uma pesquisa inovadora pelo Programa de Doutorado em Ciência, Tecnologia e Inovação na Agropecuária, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

A assistência aos criadores teve início há cerca de três meses. De acordo com a veterinária, o tratamento é parte de uma metodologia cuidadosa de organização da produção, que inclui prevenção de doenças, controle leiteiro e bem-estar do animal, inclusive melhorando a qualidade da alimentação e da água.

- O foco é o equilíbrio entre o manejo e a prevenção. A administração dos medicamentos é pensada como o início de um processo de transição agroecológica - explicou a veterinária.

Segundo o produtor Marcelo José da Silva, da microbacia Coroas, já no primeiro mês de tratamento começaram a aparecer os resultados.

- Só com o uso desse remédio, as verrugas do gado estão caindo e os carrapatos diminuíram - contou o pecuarista, que tem seis bezerras em tratamento.

Os medicamentos são manipulados na Farmácia-Escola da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-RIO) e diluídos na propriedade pelos próprios produtores. Em média, custam R$ 12 por mês, para tratamento de até 50 animais. Antes o gasto era de aproximadamente R$ 250, com remédios e carrapaticidas.

O produtor José Rogério de Lima lembrou que o controle do carrapato com medicamento convencional não estava funcionando, até que assistiu à palestra sobre o uso dos homeopáticos e decidiu experimentar.

- Primeiro, diluía ivermectina a um por cento, depois passei para dois por cento e assim por diante. Cheguei a seis por cento e não resolvia mais. Hoje, com o novo tratamento, a gente já nota que o carrapato está secando em alguns animais - afirmou o produtor.

O uso de medicamentos homeopáticos está integrado com cerca de 30 outras tecnologias ligadas à qualidade da produção de leite, implantadas com apoio do Rio Rural e da cooperativa local, explicou o técnico Luiz Antônio Tupinambá, da Emater-Rio.

- A microbacia funciona hoje como uma unidade demonstrativa, que engloba controle leiteiro, análise de solo, pastoreio rotacionado, controle reprodutivo, entre outras - disse o técnico.